segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A sinceridade em Vida! Uma aula de Keith Richards


Tem gente que confunde sinceridade com crueldade. Algumas vezes dizem “verdades” e se orgulham disso usando sempre “desculpe, mas prefiro ser sincero”. Eu não gosto dessa prática.

Para mim, ficou ainda mais claro entender essa diferença ao ler a biografia de Keith Richards, “Vida”. Contada em primeira pessoa, mas com a ajuda do escritor James Fox. Keith narra sua vida com uma riqueza de detalhes impressionante e tudo de maneira muito objetiva, natural e sincera.

A vida com seus quatro filhos, tendo o mais velho cuidado dele em vários momentos de uso de drogas; seu relacionamento conturbado com Mick Jagger; o casamento com Anita Pallenberg; seu processo de composição, as inseguranças como músico e vocalista; as desilusões; Gram Parsons e Bobby Keys, seus melhores amigos e, principalmente, o seu envolvimento com as drogas. Aliás, ele fala mais de drogas do que de música.

Não é uma biografia dos Rolling Stones, quem for esperar por isso ficará frustrado. Em vários momentos, ele nem fala da banda. A biografia faz jus ao título. É a VIDA dele mesmo.

Do menino de classe média de Dartford até o senhor que gosta de cozinhar em Connecticut, nos, Keef (como também é chamado) apresenta uma biografia excelente.

Aqui vai uma pequena lista do que ele apresenta:


Drogou-se de 1964 até os anos 90, o pior vício foi de heroína que largou em 1982.

É dele Ruby Tuesday, Angie, Satisfaction e Start Me Up!

Não gostava de transar com uma mulher sem ter um envolvimento afetivo.

Ama Mick Jagger, mas não entende seu comportamento e ainda diz que ele é muito inseguro, trabalhador, talentoso e tem o pinto pequeno.

Não tem lá muita consideração a Bill Wyman e Mick Taylor e admira muito Ronnie Wood e Charlie Watts.

A sua segunda banda, X-Pensive Winos é quase tão importante para ele como os Stones.

Conheceu música com o avô Gus que dizia pra ele não ouvir música. E escutava música através de uma rádio pirata.

Vida é uma biografia mesmo, não esses caça-níqueis que colocam no mercado. É pra ler suas 672 páginas e ter em casa!


2 comentários:

  1. Existe uma máxima no universo do rock: “Se você passar dos 27 vira um Keith Richards”. Ele é uma lenda do rock e um sobrevivente do submundo das drogas. Não sou um grande fã dos Stones, gosto de algumas músicas. Entretanto, admiro a longevidade da banda e dos integrantes! Incrível!

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  2. Ed, a biografia é massa mesmo pra quem não é muito fã da banda porque ele trata mais da vida dele fora dela... muito interessante mesmo... vale à pena!

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