terça-feira, 3 de abril de 2012

O Espetáculo do Século XXI


Roger Waters interage com o muro que interage com a plateia que fica fascinada. As caras de incredulidade aumentam o tempo todo. Pessoas chorando, gritando e de queixo caído estavam em toda parte.

Waters é o dono do show, mas o muro que vai sendo construído ao longo da apresentação e serve como um gigantesco telão é tão igualmente protagonista. Não é apenas um show para se ouvir, ver é igualmente impactante. As imagens não apenas complementam a música, mas dão vida a elas.

Passei 32 anos sonhando com o The Wall ao vivo (desde sua execução em 1980 quando eu tinha 2 anos de idade). Para minha surpresa e alegria, Roger Waters realizou meu sonho em 2012. Depois de ver seu show em 2002 (o primeiro de um artista internacional que pude presenciar), estar em mais uma apresentação dele era algo impensado. Mas, nesses últimos dois anos, o inimaginável faz parte da minha vida o tempo todo. Sorte minha!

Ingresso caro, viagem, filas, horas em pé... Tudo isso valeu à pena e como valeu. O espetáculo que assisti está muito além do que as minhas palavras podem descrever. A experiência de presenciar um concerto em que as apresentações ao vivo estão sendo reinventadas é se sentir na vanguarda. Em pleno século XXI, Waters transforma uma obra escrita nos anos 70 em algo atual em conteúdo e forma.
Segue uma pequena descrição:

A abertura (In The Flesh) mais fantástica que já vi com até um avião se chocando com um palco; a primeira sequencia em que o muro é protagonista (The Thin Ice); um coral de crianças e as mensagens no muro (The Happiest Days of Our Lives / Another Brick In The Wall Part II); uma novidade acústica (Another Brick In The Wall Part II); um dos melhores momentos do show com o “Nem Fudendo” no muro e Waters cantando com ele mesmo mais novo (Mother); a animação do filme e o bombardeio de símbolos como o M da McDonalds ou a Estrela de Davi (Goodbye Blue Sky); o rock de arena (What Shall We Do Now? / Young Lust); o isolamento e mais um show do muro (Don’t Leave Me Now / Another Brick In The Wall Part III) até o término da primeira parte com Waters cantando por uma fresta do muro (Goodbye Cruel World)

INTERVALO

A banda tocando por trás do muro (Hey You), a primeira abertura nos tijolos (Is There Anybody Out There); a segunda abertura (Nobody Home); mais shows do muro (Vera e Bring The Boys Back Home); momento mágico de Waters e do muro (Comfortably Numb); Pink chega ao palco e
executa uma sequência fantástica (The Show Must Go On / In The Flesh / Run Like Hell / Waiting For The Worms / Stop); o porco inflável com a mensagem “O novo código florestal vai matas as florestas do Brasil"; um show vocal e teatral de Waters (The Trial) e todos juntos homenageando a plateia e encerrando o show (Outside The Wall).

No final, a plateia cantava “Olê, Olê, Olê, Roger, Roger”, os músicos improvisaram cantando e tocando junto. Belíssima homenagem. O muro cai e alguns tijolos chegam até a plateia, consegui um pedaço, ficará de recordação!
Essa sequência ficará para sempre na minha mente. Tenho as fotos e alguns vídeos para ajudar, mas nem mesmo se um DVD for feito com o registro desse show poderá capturar a sua essência, suas contradições, sua relevância, seu impacto e como Waters e sua equipe revolucionaram um espetáculo ao vivo. Valeu cada real, valeu cada minuto.












4 comentários:

  1. muiiito bom o texto parabens...tbm sou de PE e fui por show no rio...foi épico.

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  2. Olá Thiago, muito obrigado!

    Acho que depois do show teremos muitas lembranças!

    Abraços

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  3. Esse show eu gostaria de ter visto. É muito mai que música, é um espetáculo visual com boa música. Roger Water sepre foi um visionário e sempre esteve atento para questões sociais sem ser chato com Bono.

    PS: Não gostei da foto final tu fazendo a saudação da Coisa. Virou a casaca?

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  4. Ed, o espetáculo foi realmente impressionante, a ponto de rivalizar com o show de Paul em emoção (na minha opinião). Outra coisa, Bono é um pé no saco mesmo!! Concordo!!!

    Quanto a saudação, é do show... há uma parte no final em que Waters personificando o Pink a faz. E eu lá tenho culpa se o povo do sport além de imitar as cores, mascote e e o grito de guerra dos outros, copia até a saudação?!?!?! Hahahaha

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