segunda-feira, 24 de setembro de 2012

O Som da Revolução - Parte 1


Definitivamente, os anos 60  são os mais importantes para o rock’n’roll. A melhor década musical para mim, continua a me surpreender positivamente, dessa vez com um belo livro.
Tenho ficado tão surpreendido com “O Som da Revolução – Uma História Cultural do Rock 1965-1969” que preciso de dois posts para falar dele. 
Para fãs de biografias como eu, reservar um tempo na minha pequena agenda de leituras recreativas é sempre complicado. Estavam na lista a autobiografia de Eric Clapton e a biografia oficial do Led Zeppelin, mas ao acaso esse livro me chamou atenção na prateleira de uma livraria e decici folhear, após as primeiras cinco páginas decidi comprá-lo e não desgrudo dele. 
Cobrindo um período relativamente curto de tempo, apenas cinco anos em 530 páginas, me fez imaginar que seria monótono e repetitivo. Que nada! A leitura é tão dinâmica e o vocabulário tão rico (poucas vezes se tem isso em publicações voltadas ao rock) que o leitor pode se sentir prestigiado pelo seu autor, Rodrigo Merheb.
Começando no momento em que Bob Dylan se reinventa ao usar uma banda eletrificada em vez do set acústico, O Som daRevolução é uma viagem para dentro do rocn’n’roll. Aliás, Rock! A nova nomenclatura para o que se produziu pela geração pós-Elvis. Dylan é o grande protagonista da primeira metade do livro, seguido dos Beatles. Nomes como Byrds, Jefferson Airplane, The Doors, Beach Boys, Janis Joplin e Jimi Hendrix também tem destaque.
Mas confesso que duas coisas tem me chamado mais atenção. A primeira é ter o lugar como protagonista e não apenas as pessoas (estimulante para esse geógrafo). Assim, Londres, Nova York e San Francisco se revezam na narrativa de Merheb. Mods, hippies, rockers, ativistas, pseudointelectuais, oportunistas, talentosos, virtuosos, perdidos e tantos outros tipos se misturam na efervescência do mundo em uma guerra inútil (Vietnã), um sistema econômico se fortalecendo (capitalismo), uma nova classe consumidora (adolescentes) sendo criada e brancos e negros se misturando em prol da música.
Outro ponto fundamental é colocar em evidência nomes que hoje são completamente desconhecidos como Moby Grape, Gram Parsons ou The Monks. A vontade de procurar discos dessas bandas é imediata tão logo seus nomes são trazidos à tona.
Como os hippies surgiram e se “foram” (de San Francisco); como o psicodelismo apareceu e perdeu importância; como folk e country (estilos parecidos no som, mas completamente distintos na mensagem) se fundiram e o surgimento do LSD e seu uso são detalhadamente explicados. Os bastidores, produtores,  diretores, escritores e todos que estavam ligados à música possuem destaque tal qual os compositores e músicos. 
Música, lugar, ideias e pessoas são igualmente trabalhados nesse livro. Após ler metade, não resisti e tive que escrever sobre ele, já que terminei, volto às suas páginas... 

Parte 2 aqui

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