quarta-feira, 24 de outubro de 2012

O Som da Revolução - Parte 2

Parte 1 aqui

O livro passa da sua metade e as atenções são muito mais para o contexto do que a música. Fica mais claro como Rodrigo Merheb pensou bem para construir sua narrativa de apenas cinco anos dos anos 60. A Inglaterra fica um pouco de lado e os EUA são o caldeirão musical.

É nesse país que o livro se concentra pra discutir a produção musical mais uma vez contextualizada com cada cidade. Los Angeles e Detroit ganham importância como sede do The Doors e MC5, respectivamente. A classe média dominante e suas músicas de autoafirmação do branco estadunidense tem destaque, assunto delicado e tratado de forma magistral. Da concepção ao impacto final do Festival de Woodstock e como a geração da paz e amor morreu no Festival de Altamont recebem textos ricos, detalhados e elucidativos.

As toneladas de informações seguidas de reflexões prendem ainda mais o leitor e a maneira como Merheb muda de um assunto para outro sempre fazendo uma ponte sutil é inteligentíssima. É assim que saímos de Amsterdam e o Bed In de John Lennon e Yoko Ono para o show do The Doors em Miami no mesmo parágrafo; da mesma forma percebemos a transição de Abbey Road e Let It Bleed em 1969, quando cada banda via o mundo à sua maneira (Beatles no aquários e Stones com o pé na lama) e entendemos como David Bowie e Led Zeppelin herdaram a ressaca dos anos 60. Excelente!

Motherfuckers, panteras negras, iyuppes, contacultura, Hell´s Angels, hippies... Estão todos lá!  

O livro termina de forma fantástica, os excessos dos anos 60 trouxeram uma geração ressacada nos anos 70 quando as várias utopias e “verdades” caem por terra. O coletivismo dá lugar ao individualismo! A revolução não acontece, a indústria fonográfica se profissionaliza, o rock muda, as ramificações se intensificam e o livro acaba...

Fica uma sensação de vazio após ler um livro tão instigante como esse...

Parte 1 aqui

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