A mãe saiu
e ela ficou chorosa e eu ali sem saber realmente o que fazer, estávamos sós,
ninguém pra pedir ajuda ou sugestão...
Então a
peguei nos braços e tentei fazer um afago, ela não reagiu; tentei conversar,
ela nem me olhou; tentei movimentá-la de baixo para cima como normalmente
fazemos com os bebês, não funciounou... Fiquei em pé – ela reagiu, parou por um
instante de chorar, mas voltou em seguida.
Rapidamente
pensei em música e instintivamente coloquei Dire Straitis, disco Brother In
Arms, quarta música: Why Worry... A longa introdução dedilhada na guitarra e
meus desajeitados movimentos simulando uma dança a fizeram diminuir o choro, pareceria
que estava funcionando, então continuei...
Ela pousou
suas duas pequenas mãos em meu peito e ficou olhando fixamente para mim. Sem
saber o que fazer, eu só olhava para ela... ela então começou a mexer os
dedinhos em um movimento de abrir e fechar as mãos (não sei o que era para ela,
para mim era o melhor carinho do mundo). A música chegava em sua metade
enquanto ficávamos ali nos olhando e ela ainda estava com um jeito choroso...
Ela então
deitou a cabecinha no meu peito e suspirou. Peguei em sua mão e continuei a
péssima simulação de dança, beijei longamente sua cabeça e ela então me olhou e
riu... e eu... chorei... a música terminou, mas
aquele momento dura até agora...
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